Brasil quer chegar ao topo
No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer antes que a bolsa brasileira se transforme em um verdadeiro centro financeiro internacional como Hong Kong. De acordo com estudo do Boston Consulting Group (BCG) sobre o projeto Omega, publicado no jornal “Valor Econômico”, o primeiro passo é garantir que o real se transforme na moeda estabelecida e conversível e que o sistema de câmbio brasileiro seja simplificado.
Atualmente, o real só pode ser trocado facilmente pelo dólar. As negociações estão em andamento, segundo membros do grupo de trabalho. Um problema é que atualmente o governo está mais interessado em limitar a influência dos mercados financeiros internacionais na economia brasileira – o que significa que a conversibilidade ou as transações cambiais livres não serão fáceis de implementar politicamente.
Reputação prejudica a corrupção
Segundo o BCG, a participação da bolsa de valores brasileira em organismos internacionais e a reputação de corrupção e informalidade na economia brasileira são prejudiciais para a trajetória de São Paulo como centro financeiro global.
Por outro lado, o mercado financeiro brasileiro altamente desenvolvido com nível técnico internacional, os bancos fortes, a supervisão bancária conservadora e o fato de São Paulo já ter se tornado a principal bolsa da América Latina nos últimos anos são positivos.
Como importante fornecedor de matérias-primas para a agricultura e mineração, o Brasil também está otimista quanto à importância futura da bolsa como centro comercial.
Oficialmente, pelo menos, nenhum impulso para a iniciativa do mercado financeiro pode ser esperado por parte do governo e de outras agências governamentais envolvidas nos próximos meses. Motivo: o Brasil está na campanha pré-eleitoral. Em outubro, o novo presidente será eleito, assim como grande parte do congresso. Tradicionalmente, os políticos querem evitar uma aparência positiva nos mercados financeiros durante as campanhas eleitorais.